Os dias passados na Shalouba são mais tranquilos e
compensadores do que os dias que passamos em casa. O Gabriel pode andar a
brincar na rua com os miúdos que aparecem por lá. Jogam à bola, jogam no
Tablet, correm do lado para o outro e chateiam-se uns com os outros. É bom
vê-lo a fazer outras coisas para além de jogar Playstation ou ver vídeos do
Youtube. É uma forma de ele crescer mais depressa e desenvolver algumas
capacidades físicas e sociais.
Ao mesmo tempo nós falamos mais. Eu desenho um bocado,
tu lês um bocado, fazemos um scroll desinteressado pelas redes sociais e os
dias assim, naquela esplanada, parecem mais preenchidos e menos monótonos.
Numa tarde os miúdos estavam a brincar e conseguiram
colocar, sem querer, uma bola nos ramos duma árvore. Os miúdos ficaram para ali
a tentar tirar o esférico dos arbustos e não conseguiam resolver o problema.
Ficámos a olhá-los e tu começaste a desafiar-me para ir lá, resgatar aquela
ansiedade infantil. Lá me convenceste e com uma garrafa cheia de água, para ser
pesada, tentei desprender a bola o que consegui após algumas tentativas. As
crianças depositaram muitas esperanças em mim e ter correspondido às
expectativas fê-los bater palmas e dar urras de contentamento. Quando regressei
tu estavas a sorrir, parecias impressionada com um feito tão banal e
perguntaste-me se me sentia o herói da criançada.
As coisas são sempre mais divertidas quando estamos
fora de casa.
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