sexta-feira, 30 de novembro de 2012

O sorteio

Continuo com a minha pausa do dia em que me obrigo a desenhar a pessoa que se sentar à minha frente no comboio. Seja ela qual for.
Fico no meu lugar à espera enquanto tiro da mala o bloco, a lapiseira e a borracha.. Penso sempre que, aconteça o que acontecer, se irá sentar alguém à minha frente e que foram as contigências da vida dela que a trouxeram até mim. Pequenos atrasos, grandes amores, os sinais de trânsito, as portas do metro que não fecharam, uma conversa mais ou menos demorada, um café mais quente que demorou a ser bebido. Sei lá, os pequenos nadas que não significam coisa alguma e que, de certa forma, significam tudo, porque foram os pequenos bocadinhos da sua vida que permitiram que ela se sentasse ali, no banco em frente ao meu.
Durante vinte minutos só tenho olhos para eles.




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