segunda-feira, 20 de abril de 2015

As modas aborrecem-me

A Melissa compra todos as semanas a Time Out. A revista tem os seus altos e baixos, mas essencialmente serve para irmos a montes de sítios fixes sem termos de os procurar.
Lisboa é uma cidade que está mais viva do que nunca, isso todos concordamos, mas infelizmente os lisboetas quando descobrem uma boa ideia não sabem quando parar. As hamburguerias gourmet, que agora são em maior quantidade do que os Mac Donald's, as casas de petiscos que servem doses de peixinhos da horta ao preço duma refeição de peixe grelhado à beira mar, os restaurantes decorados com tralha e cujas mesas têm cadeiras de madeira de vários modelos, as barbearias modernas fingidas de antigas, geridas por homens barbudos, que cobram 25 euros pelo corte ou, mais recentemente, a tendência pela festa de Street Food.
No espaço de duas semanas a Melissa, com a ajuda da Time Out levou-nos a duas. No museu da Carris e agora no Jardim do Casino do Estoril. As Festas de Street Food não têm comida original ou de outras paragens como inicialmente se possa pensar. Tudo não passa de pessoas que compram um modelo antigo duma carrinha ou mota, pedem a um designer que faça o logotipo que vai ser igual aos  logotipos das outras motas e carrinhas e servem os melhores hamburguers ou cachorros que conseguem cozinhar, tudo ao som de Chill Out.
O sucesso deste tipo de coisas já é tanto que, no Estoril, estiveram 2 mil pessoas que esgotaram o stock de comida em uma hora e que tiraram para aí 3 mil selfies.
Mas no Museu da Carris a coisa teve alguma piada porque foi a primeira e estava pouca gente. Houve comida para todos e nós comemos no primeiro andar dum autocarro antigo ao estilo Londrino. Pagámos caro pelas nossas tostas “nada de especial” e o Gabriel  adorou estar lá em cima. E de lá de cima desenhei as pessoas nos seus ténis New Balance a ouvir Chill Out a comerem os seus cachorros e tostas naqueles puffs coloridos e fofinhos.


1 comentário: