quarta-feira, 27 de maio de 2015

Primeiros Desenhos

Iniciar um caderno é sempre um acto cheio de amor e esperança. Estes são os primeiros desenhos que fiz no novo caderninho, que cada vez mais é meu e do meu filho que gosta de andar por lá a rabiscar também. Mas digo-lhe sempre que não pode riscar as minhas páginas. Ele respeita mas gostava de integrar os seus riscos nos meus.




segunda-feira, 25 de maio de 2015

Estupidez popular

A Melissa, sempre que alguma sapateira vem para a mesa, conta a história de há muitos anos atrás, quando trabalhava num bar, o patrão, com o dinheiro das gorjetas, pagava uma mariscada a todos os funcionários. Sempre que chegava a casca com o miolo, o patrão pegava numa imperial e despejava-a toda lá para dentro.


terça-feira, 19 de maio de 2015

Para a próxima fica melhor.

Chegou o fim do caderno e ando a aproveitar as últimas páginas em branco para as preencher com os últimos desenhos.
Este caderno correu bem e teve até várias histórias. Foi o meu primeiro Moleskine, o que lhe conferiu um estatuto especial. Lá dentro vivem alguns momentos duma viagem a Madrid, um Carnaval, uma ida ao hospital, um Workshop no museu do Oriente e várias viagens de comboio. Fico contente quando acabo e penso que este foi o melhor de todos. Apesar de desenhar há pouco tempo, fiquei contente com os progressos. É preciso paciência, mas um dia lá chegarei.









quinta-feira, 14 de maio de 2015

Momento 100 milhões

Hoje desenhei a Ivone num filtro de café e dei um desenho à Cláudia que tinha feito há algum tempo dela com a filha e em que a cria ficou mesmo parecida com a Margarida Marante.
Apesar de serem desenhos maus, acho uma fofura quando, mesmo assim, as pessoas que tento desenhar ficam com a tentativa e a guardam com carinho.
A Ivone contudo, não escondeu as pretensões capitalistas da atitude. Guarda o desenho na esperança que um dia valha alguma coisa apesar de lhe dizer que vai ser muito difícil isso acontecer, até porque o desenho está num filtro de café e se tem algum amor à arte arte, o melhor que tem a fazer é utilizar o desenho para fazer mesmo um café e de preferência numa segunda de manhã que é quando sabe melhor.
Mas a Ivone diz não querer saber, não só porque o desenho passou a ter um valor sentimental mas também porque leu que um quadro de Lucien Freud foi comprado por 106 milhões. Como para ela, a arte tem de ser bela e serena não se identifica minimamente com o estilo de Freud, agreste e violento.
Este pequeno momento fez-me investigar mais sobre o que Freud pintou e fiquei maravilhado com os seus trabalhos. Aproveitei a meia hora do almoço para imitar Benefits Supervisor Sleeping e ganhei o dia.


sexta-feira, 8 de maio de 2015

UrbanSketchers no Thyssen

Gostava que o Gabriel desenhasse bem, por isso ando a incentivá-lo.
Normalmente ele faz os seus rabiscos em qualquer altura e em qualquer lugar o que me dá uma certa alegria. Aproveitando o interesse, na última viagem a Madrid, este fim-de-semana, dei-lhe um caderninho para que ele se distraísse a desenhar enquanto eu e a Melissa víamos o museu Tyssen. Tínhamos algum receio que ele se aborrecesse e nos fizesse a vida num inferno. Felizmente o Gabriel ficou sentado no chão a desenhar o quadro El Paraíso de Tintoretto de 1588, entretido e todo feliz. O comportamento trouxe uma onda de enternecimento pelos visitantes que não resistiam a sorrir ao ver o desenho e o esforço dele, o que me deixou bastante babado.
A tarde passada no Tyssen foi muito agradável. A Melissa apaixonou-se por um quadro de que nunca ouvi falar chamado Maria y Annunziata “del puerto” de 1923 pintado a óleo por Christian Schad.

Foi simpático e libertador ficarmos os 3 sentados no banco em frente ao quadro da Melissa, eu e o Gabriel a desenhar e a Melissa com as lágrimas nos olhos depois destes meses todos em que andámos cansados e desatentos uns aos outros.